terça-feira, 12 de agosto de 2014

Você é feliz no seu casamento?veja o que diz o psicólogo clinico Ailton Amélio

Um bom casamento vale mais do que bens materiais

Você sabia que um bom casamento traz um aumento na felicidade que equivale a aumentar quatro vezes o tamanho do salário?
Você sabia que uma boa amizade traz um aumento na felicidade que equivale a aumentar três vezes o salário?
Quem faz essas afirmações e outras mais é Robert Putnam, professor de políticas públicas da Universidade de Harvard (ver o link para uma entrevista deste autor na Nota, no final desse artigo).
As duas afirmações acima provavelmente são válidas para pessoas que já ganham, pelo menos, o suficiente para satisfazer suas necessidades básicas. Para aquelas pessoas cujos ganhos são insuficientes para satisfazer essas necessidades, o aumento dos rendimentos contribui, sim, bastante para o aumento da felicidade. Por exemplo, quando alguém está passando fome, passando frio, não tem onde dormir, não tem vestuário adequado ou seus parentes estão doentes e não podem se tratar por falta de dinheiro, o aumento de rendimento aumenta significativamente a sua felicidade.
Como vamos ver neste artigo, não é o casamento em si que traz felicidade. Tem que ser um bom casamento. Um mau casamento pode trazer muita infelicidade. Além disso, o nível de felicidade depende mais da personalidade do que do casamento: quem já era feliz antes do casamento tem maior chance de continuar feliz durante o casamento. Quem já era infeliz antes do casamento tem mais chance de continuar infeliz no casamento!

Possuir mais bens materiais não aumenta a felicidade

Entre 1950 e 2005 os bens dos americanos aumentaram cerca de três vezes. Em 2005, por exemplo, o americano médio possuía computador, celular, ar condicionado e televisão a cores. Muitas dessas coisas nem existiam nos anos 50.  As medições do nível de felicidade, que foram periodicamente realizadas durante este espaço de tempo, mostram que ela não se alterou neste período.
Geralmente a aquisição de bens materiais só aumenta consideravelmente a nossa satisfação na época da aquisição. Por exemplo, quem compra um carrão ou uma casa muito melhor que a anterior fica muito contente antes da compra, com ainda está sonhando com o bem, e logo depois da compra. Tempo depois, aquilo que foi adquirido vai saindo da consciência e deixando de trazer tanta satisfação: a pessoa que fez a compra vai deixando de notar o carro ou a casa. Ela se acostuma com esses bens e começa a pensar em uma nova aquisição. Todos já tivemos a experiências de comprar uma bela roupa e ficarmos muito contente na época da aquisição e, logo após usá-la uma vez ou outra, vamos deixando de pensar nela e podemos até esquecê-la no fundo do guarda roupa.
Outro exemplo: quem ganha na loteria fica muito feliz na ocasião. Depois de certo tempo, o seu nível de felicidade vai voltando ao que era antes, e cerca de um ano depois da premiação, a pessoa que ganhou está tão feliz ou infeliz quanto antes.

Relações sociais podem proporcionar prazer renovado

Claro que também nos acostumamos com as pessoas e elas deixam de ser novidades. Por exemplo, no início de um relacionamento amoroso achamos o parceiro muito excitante e interessante e, após algum tempo, ele perde muito da capacidade para despertar nossa atenção e de nos excitar (este é o famoso “efeito novidade” ou “efeito Coolidge”).
Certas pessoas, no entanto, são capazes de trazer para nós, de forma continuada, uma boa dose imprevisibilidade, vitalidade, e desafio. Outras pessoas passam a nos roubar energia e nos colocar para baixo. A maioria das pessoas fica entre esses dois extremos, neste quesito. Por isso, é bom escolher bem o parceiro e cuidar para que ele continue sempre com a mesma vitalidade que mostrava no início do relacionamento.

Pessoas que não são vitalizadoras

Certas pessoas não contribuem direta ou pessoalmente para dar sentido e energia para nossa vida. Ou elas estão ausentes ou, quando presentes, não são nada energéticas, ou ainda, não estão interessadas em nós. É muito comum ouvirmos afirmações do seguinte tipo sobre essas pessoas ou por parte delas:
- “Ele me dá tudo, mas não presta atenção em mim”.
- “Ele é capaz de fazer qualquer coisa por mim e pelos filhos, mas é muito chato!”
-“Ele não sabe conversar. Não repercute o que eu digo, não compartilha o que está pensando e não inicia assuntos!”
- “Ele não tem sede de viver: não é muito curioso, adora rotinas e odeia surpresas e coisas arriscada”.
- “Ele me ama, mas é impaciente para ouvir minhas opiniões”.
- “Ele me trata como uma obra de arte: gosta de me ver, ama me possuir, cuida de mim, tem orgulho de estar comigo em público, mas não se interessa pela forma como penso, sobre minhas preocupações ou sobre o que gostaria de realizar na vida”.
- “Estou o tempo todo trabalhando e quase não tenho tempo para a família. Faço isso para que proporcionar para eles o melhor conforto possível e segurança econômica”.
Essas frases dizem respeito a pessoas que proporcionam coisas, mas elas próprias não são fontes de vitalidade para seus familiares.

Contribuições de um bom parceiro para a nossa satisfação

Algumas pessoas são verdadeiros espetáculos contínuos. Quando estamos perto delas, não experimentamos o aborrecimento e o desânimo. O cotidiano ao lado delas parece sempre renovado porque elas agem sempre de forma inesperada e viva ao que está acontecendo. Elas são cheias de iniciativas e reagem aos nossos comportamentos de forma verdadeira e, por isso, criativa. Elas usam menos clichês do que outras pessoas para responder ao que dizemos e sempre nos estimulam a ver as coisas de forma diferente do habitual. São verdadeiras usinas de vida.
Quem não gostaria de ter um parceiro que proporcionasse pelo menos algumas das seguintes dádivas:
- Companheiro para tudo na jornada da vida.
- Conversas envolventes, criativas e nutritivas.
- Transmutador da realidade: a paixão amorosa que ele inspira transforma magicamente a nossa realidade.
- Prazer enlouquecedor através do sexo criativo, envolvente e competente.
- Ampliador dos limites do eu: a sua forma de ver a realidade, a todo o momento, amplia a minha forma de perceber as coisas e estimula continuamente o meu crescimento psicológico.
- Apoio ilimitado: “Na saúde e na doença”, “Na alegria e na tristeza” ...
- Fã incondicional: fonte inesgotável de admiração pela minha forma de ser, pensar e agir.
- Sócio nos lucros e perdas: estamos no mesmo barco na luta para conquistar aquilo que a vida oferece de melhor.
- Bem sucedido: bem sucedido na área econômica e social.
- Sempre lutando ombro a ombro: sempre dispostos a assumir os afazeres e obrigações que são necessários para a manutenção do lar e a educação dos filhos.

Ter um parceiro que proporcione os benefícios citados acima realmente afeta muito mais o nosso nível de felicidade do que possuir muitos bens ou obter um aumento significativo do nosso rendimento econômico. Da mesma forma, proporcionar essas coisas para o parceiro é extremamente importante.
O nosso tempo e a nossa energia são limitados. Temos que investi-los da melhor forma possível. Temos que decidir quanto tempo e quanta energia vamos usar para tentar obter bens materiais ou para cultivar bons relacionamentos. 
Problemas para valorizar o parceiro amoroso ou o casamento? Procure a ajuda de um psicólogo.

07/08/2014

Análise sexual: uma maneira de tirar a vida sexual do "feijão com arroz"

As seguintes questões vão ajudar você a refletir sobre como anda a sua vida sexual.
1.    Você conversa com o parceiro sobre suas práticas sexuais?
2.    Você conversa com o parceiro sobre sexo, em momentos não eróticos?
3.    Durante o sexo, você orienta o parceiro sobre o que quer que ele faça e sobre o que você quer fazer?
4.    Durante o sexo você se expressa através de sons não articulados que revelam a sua satisfação?
5.    Você conversa com o seu parceiro sobre suas fantasias e tenta colocá-las em prática?
6.    Você sente-se segura e desinibida para conversar com o seu parceiro sobre sexo?
7.    Você e seu parceiro estão sempre inventando novas maneiras de se expressarem durante o sexo?
8.    Você e seu parceiro temem fazer qualquer coisa diferente e isso ser considerado errado ou pervertido?
9.    No sexo, você sabe distinguir o que não gosta do que está inibido ou reprimido?
10. Você sabe produzir um clima sensual e erótico, que pode durar muito tempo e ser tão bom quanto o sexo em si?
11. Você sente desejo antes do sexo e fica esperando ansiosamente o momento que vai transar com seu parceiro?
Quanto mais questões você respondeu positivamente, mais desenvolvido, solto e sofisticado você é na área sexual.

Como você desenvolveu a sua sensualidade e sexualidade?

A maioria das pessoas responde essa pergunta com a palavra "naturalmente". Essa palavra geralmente indica que quem respondeu não recebeu nenhuma educação formal sobre esse tema, e o pouco que sabe sobre ele, aprendeu através de conversas com amigos, filmes, leituras e experiências práticas com outras pessoas que também sabiam muito pouco sobre essa área.
Na nossa sociedade é assim que acontece: desenvolvemos "naturalmente", ou seja, “improvisadamente”, essa área tão importante de nossas vidas.
Não é de se admirar que a vida sexual seja tão infestada por tabus, seja tão subaproveitada e seja uma grande fonte de problemas para muita gente.
Cerca de um terço das mulheres nunca teve orgasmo, outro terço só tem orgasmo de vez em quando e o outro terço geralmente tem orgasmo. O problema mais frequente entre as mulheres é a falta de desejo.
Muitos homens têm problemas de ereção. Muitos homens não sabem criar e aproveitar o clima sexual. A grande maioria dos homens não entende como o relacionamento fora da cama afeta profundamente o desejo feminino.
A grande maioria dos homens e mulheres não sabe como criar um clima sensual, erótico e sexual, que dure horas e que seja muito prazeroso.
Já ouvi inúmeras desculpas completamente não convincentes que tentam atribuir a fraqueza da vida sexual do casal ao excesso de trabalho, às interferências dos filhos pequenos ou ao estresse. Essas desculpas não convencem. Quando o desejo é grande, o casal arranja um jeito de satisfazê-lo.

Aprendendo como quem não sabe

Aprender com quem tem conhecimento limitado é como aprender a escrever com pessoas que mal sabem assinar o próprio nome, ou aprender a tocar violão com alguém que mal sabe dedilhar as cordas deste instrumento.
O fato de dominarmos apenas o básico impede que tiremos o máximo proveito de muitas áreas. Por exemplo, todos nós apreciamos a comida do dia a dia,  apreciamos um vinho, apreciamos música e nos arriscamos a falar algumas frases em outras línguas. No entanto, aqueles que se desenvolveram em cada uma dessas áreas podem usufrui-la muito melhor. Por exemplo, quem fez curso de culinária, de enologia, teve educação musical e frequentou uma boa escola de idiomas, respectivamente, tem muito mais condições de apreciar o que se passa em cada um desses setores. Com o sexo também é assim: male e male, quase todo mundo é capaz de fazer o básico. Outra coisa é quem realmente teve a oportunidade de se desenvolver nesta área.

Pobreza sexual no casamento

Já atendi muitos casais onde a sexualidade era muito rara, muito básica e muito rápida. O sexo, quando acontecia, tinha mais o objetivo de satisfazer, tão direta e rapidamente quanto possível, as necessidades biológicas ou era feito para atender ao “dever conjugal”, ou ainda, para aliviar a preocupação de que a sua ausência poderia ameaçar o relacionamento e  aumentar a vulnerabilidade à traição.
Os casais geralmente não conversam sobre a sensualidade, eroticidade e o sexo que ocorre ou deixa de ocorrer entre eles. Geralmenteeles  não conversam sobre suas fantasias, suas insatisfações, aquilo que gostam ou que não gostam de fazer na cama. Esse tipo de conversa é tabu. Ela pode revelar coisas desagradáveis sobre si e sobre  outro e, ao mesmo tempo, pode ser excitante.

Porque vale a pena desenvolver-se na área sexual

O motivo imediato para praticar sexo ("causa proximal") não é a procriação. Esta é apenas a sua consequência mais remota (causa distal). A causa imediata mais importante do sexo é o prazer que ele proporciona. Aliás, quando o sexo não é prazeroso, os órgãos sexuais não funcionam direito (não há lubrificação, dilatação da vagina, intumescimento, ereção, etc.). Outra consequência mais imediata da prática sexual é o fortalecimento do vínculo entre aqueles que a praticam. A prática sexual ainda possui muitas outras funções como ajuda para relaxar, melhorar a saúde e recreativa.

Os cursos atuais sobre sexo ensinam muito pouco

Os cursos sobre sexo geralmente ensinam muita pouca coisa! A maioria desses cursos ensina um pouco sobre anatomia e fisiologia dos órgãos sexuais. Ensina também um pouco sobre prevenção de filhos e prevenção de doenças sexuais.
Esses cursos não ensinam quase nada sobre como encarar, sem receios, a sexualidade; como maximizar o prazer sexual; como prolongar o prazer sexual; como desenvolver um ótimo clima sensual e erótico com o parceiro...
Imagine uma autoescola que explicasse muito bem como funciona o motor do carro, onde ficam os controles (freio, embreagem, acelerador, setas, luzes, etc.) e os significados dos sinais de trânsito, mas que nunca, nunca mesmo, pusesse você dentro de um automóvel e lhe ensinasse como guiar nas ruas da cidade e nas estradas! Neste caso, você não aprenderia nada de muito prático. Poderia fazer anos de curso de pilotagem teórica e, ainda assim, não saberia guiar. Nada substitui as aulas práticas ministradas por quem realmente como fazer as coisas.

Qual escola de desenvolvimento sexual você cursou?

No futuro, as pessoas ficarão abismadas quando encontrarem alguém que não cursou uma escola de desenvolvimento sexual. Se fosse hoje, seria como encontrar alguém que diz que sabe ler, mas é incapaz de interpretar um texto ou alguém que não sabe o nome do governador ou do presidente do local onde vive.

A educação sexual deve ir muito além da aprendizagem de práticas sexuais e evitação de filhos e doenças

A educação sexual é muito mais do que aprender teorias, localizações de zonas erógenas, técnicas para estimular zonas erógenas, posições sexuais e algumas variações sexuais. Além desses conhecimentos, também é  necessário aprender a se envolver, a se permitir sentir,a perceber o que é cabível em cada momento, saber como progredir para um estágio sexual de maior envolvimento, perceber o que ocorre com a parceira e aprender como formar uma unidade geradora de prazer com a parceira.
No estado atual dessa área, antes de qualquer coisa, é necessário combater os descaminhos que já afetaram a maioria das pessoas. Antes de aprender qualquer coisa nova, pode ser necessário limpar o terreno:  trabalhar para eliminar as culpas, constrangimentos, inconsciências e proibições que impedem que as pessoas se soltem, desejem, apreciem, explorem e variem naquilo que lhes dá prazer nesta área.
Esse trabalho não pode ser feito por qualquer um. É necessária uma excelente formação em psicologia para ser capaz de identificar o que se passa com a sexualidade de cada um e, em seguida, saber como dissolver os obstáculos e como estimular o desenvolvimento de uma nova maneira de ser, perceber e se comportar nesta área.

Análise sexual: técnicas terapêuticas para dissolver inibições e desenvolver a sexualidade

Estou desenvolvendo técnicas terapêuticas para promover a consciência do que se passa na área sexual e para desenvolver  atitudes, habilidades e conhecimentos que ajudem as pessoas a usufruírem plenamente de suas sexualidades e a promoverem uma maior ligação e intimidade com seus parceiros.

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